Ou sempre mais do mesmo

Todos os lugares a que nunca fui, aparecem com tonalidades fortes numa mente que tem saudade do que não foi vivido.
Há uma dor, ela é latente, mostra-se insistente e no fundo eu sei o que é, mas não acho justo o porquê.
De poucas crônicas foi construída minha vida, muitos erros acometeram o espaço reservado às realizações, demorei muito a aprender onde e porque usar as crases...
Eu amei e muito amei, àqueles que de minha vida são o alicerce. Pouco ou nada ou muito mal demonstrei, deixando um lago, de transparência irritante, dentro de mim. Não há nada além de água.
Não é a tristeza o tema principal, talvez a frustração. Não estive nos lugares coloridos assistindo aos magníficos pores-do-sol, mas não comprei ao menos uma passagem.
Dificultando meu próprio caminho vim passeando por mentiras que eu mesma criei, desvalorizando uma suposta capacidade de fazer diferente.
São 30 primaveras, e ironicamente em mais um início de uma delas. Não tive filhos, não saí do país, não plantei uma árvore, não escrevi um livro. Bem, será que vivi?
Os ínfimos momentos que me sinto realizada são tão intensos que até penso que sejam capazes de causar uma parada cardíaca, tanto busquei implicitamente por eles.
Resumindo, fui uma ilusão de mim mesma, sempre a me imaginar vista de fora. Vazia, fraca e egoísta.
As águas frias de meu lago congelam agora meus pés inchados. Só isso.

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