North

Restam as palavras, decifráveis e frágeis
Rompeu a madrugada o retrato antigo
Adormeci nas horas que soam fugazes
Caiu a estrutura e o prazer foi abrigo

Disse um dia que mudaria de margens
Culpei as estrelas a quem fiz o pedido
Racionalizei a vida e só vi miragens
A natureza de si, um fluxo do destino

Rosas, mortes, desejos e saudades
Portas, sonhos, suor e vaidade
Salas, línguas, dor e passaporte

Sou o imutável à espera de sorte?
Gravado na pele ficamos fortes?
Quem poderá, um dia, ser o norte?

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