A incompreensível morte do (C)oelho, ensaio metáforico

Seus pais acham lindo, isso faz parte da ilusão da infância, crer naquilo que lhes conforta, dá alegria e recompensas (chocolates). Essa mesma criança deixa de acreditar subitamente, ao constatar que é impossível a existência de uma entidade mítica entregar os ovos em todas as casas das crianças do mundo todo... Ao ler uma reportagem sobre a cultura chinesa, que despreza o cristianismo portanto a páscoa, viu que as crianças de lá vivem muito bem sem essa alegoria representada pelo dentuço.
Só que seus pais não aceitam a revolução de seu filho, não, é preciso conservar a ilusão da infância! Como assim, falando para os amiguinhos que o (C)oelhinho não existe, que Papai Noel não existe, que Iemanjá não existe, que Afrodite também não existe?
E esse menino afronta a maioria.
A maioria que sabe da inexistência racional do coelhinho, e cobram até mesmo dos adultos, que o reconheçam como parte imprescindível de sua natureza.
E crescendo, todos deixamos de acreditar no papai noel, e o papai noel não fará falta, nem o coelhinho. E por estarmos amadurecidos é que julgamos isso normal.
E será que é tão difícil virar adulto para a grande maioria? Se isso for sinônimo de aprender e conhecer, sim, é muito difícil deixar o coelhinho morrer.
Pois é, há um momento em que é preciso mudar, para não ficar a margem de si próprio por toda vida. Boa foto!
ResponderExcluir