Ventiladores e liquidificadores são guarda-chuvas

O ventilador estava ligado, quase sem barulho, ele soprava um vento morno que era incapaz de persuadir aquele sono.
Dormir era constante luta, entre viver uma vida real e encarar os sonhos, cama!
Mas alguns dias eram fatais. Fatos de nada explicado, eu perseguia, mas o que ganhava nessa luta sozinha?
Doar a alma, doar a carne e enxugar as próprias lagrimas. Escolhas que fazem, consequências que se pagam.
 E valia a pena contemplar a impossibilidade do toque, sem ver as horas correndo numa tarde linda, sob o mesmo teto, sem o seu toque eu ali adormecia.
Nem um dedo, nem um suspiro perto de seu rosto. Era a companhia mais desejada, numa solidão que tanto ardia.
Vai sozinha, vai... carrega sua esperança na sacola, ria e chore de sua covardia, ou valentia, vejamos de diferentes pontos de vista. Queria agarrar, arranhar, sugar para dentro de mim toda sua dor, dar-lhe fisicamente o meu amor. Mas meu amor parece ferir. As minhas cicatrizes aumentam, meu grito vai internalizando.

P.S. Escrito em 2008

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