Ainda poeta fingida
Paralelo ao ceticismo busco tais pais místicos
Quem ou o quê explique os ímpetos e fraquezas
A habilidade a quem, ríspida, dirijo os adjetivos
Sem saciar sede em rio de ideias, as correntezas
Branca vai, pele seca, nutrida com destroços
Beleza vista apenas nos reflexos de tristezas
Insistente e inconformada pelos seus mortos
Partidas ela, fase do brilho, amor e avarezas
Que poeta existe ainda meio ao remorso?
Mesmo em perigo não falha dizer da alma?
Espalha pétalas com facas fundas no dorso
Corre o deserto sem deus em seu calabolso
Sozinha pensa nas cores que trazem calma
Usa ainda a palavra como paraíso, pretenso...
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