Redação "Desafios para mobilidade urbana no Brasil". Um modelo escrito por mim, talvez possa ajudar...

        Um indivíduo calmo, gentil e sensato, caminha até seu carro, senta-se diante do volante e ao ligar sua máquina  - advento tecnológico abruptamente dispersado na sociedade em  meados do século XX, pós industrialização e forte apelo capitalista - e, automaticamente, começa uma transformação, tal qual em posse de uma arma violenta, torna-se uma caricatura voraz, capaz de infringir todas as  regras. Esse episódio emblemático de um desenho da Disney, com Pateta, um cachorro antropormofizado, ainda hoje suscita sentimentos comuns a milhares de pessoas que desafiam transitar pelas cidades, em que a mobilidade urbana, com grande número de veículos e crescimento sem planejamento, é repleta de obstáculos.

       O povo brasileiro, apesar de pertencer a um país de terceiro mundo, vem adquirindo mais veículos de transporte individual, tornando grandes centros, como São Paulo - cidade com mais de 12 milhões de habitantes, de acordo com dados do IBGE mais recentes - que apesar de um decréscimo populacional intraurbano na última década, detém o maior número de veículos e emite a maior quantidade de monóxido de carbono para a atmosfera. Com seus condutores, à mercê de uma infraestrutura de tráfego precária, sem oportunidade de usufruir de meios de transporte coletivo de qualidade.

       O governo de J.K. (1956-60), a partir do "Plano de metas: 50 anos em 5", foi propulsor do crescimento no número de veículos no país, através da criação de incentivos às industrias automobilísticas e a criação de estradas para expandir a sua circulação e venda de automotivos. Economicamente rentável, porém sustentavelmente precário. O homem que fincava sua estaca e se tornava social, ao modelos do filósofo Jean J. Rosseau, já estava "civilizado" e com fome de expandir seus terrenos. Assim, tivemos desordenada ampliação das cidades e pouco planejamento para viabilidade de um modelo de mobilidade urbana eficiente.

        No intuito de diminuir todo caos do trânsito urbano, evitando que "Patetas" causem tantos acidentes, congestionamentos e haja a demora na locomoção dos cidadãos, o governo - por meio de seus ministérios, do trabalho e das cidades - deve investir em políticas de planejamento urbano, enxugando grandes centros, incentivando o uso de transporte coletivo, contanto que seja também implementado, para diminuir tempo e o estresse do povo brasileiro. Juntamente às iniciativas públicas, a mídia pode inserir - através da Tv, redes sociais e propagandas nas vias - a ideia do uso de meios de transporte menos poluentes, como bicicletas e patinetes elétricos, esses que ainda são pouco usados por falta de ciclovias e pelas grandes distâncias a serem percorridas. Ansiando que possamos trabalhar e estudar mais perto de nossas casas, gastar menos tempo na locomoção, ganhando em saúde e cidades mais organizadas.

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