Venha, por um deus ou pela televisão

Diga, voz que vem da tela, palavra que ouço dentre rumores!
Que o mal foi engolido pelo milagre de um deus desconhecido,
Rompendo solenemente todos os portões, venham, cura e paz
Quero, todos, apertados e famintos, queremos uma palavra 
Despertamos às horas marcadas, sem esperança, mas vivos
Se vivos, então me contradigo, anseios de andar descalços 
Vacinas, negações, cruéis líderes que matam sob palmas vis
Eras mais cinzentas não extinguiram o homem, mudaram-no
Extinguem estigmas, mas criam outros, perpetuam máculas
Vemos números e lutos, ao lado, e do outro lado do oceano 
Manda, demanda, o poder ainda corre junto com a morte 
Cifras mantém o desdém que nada nas lágrimas dos órfãos 
Meus medos entre os velhos, ganhando coragem, superam-se
Vem logo, salvação! Deixo a descrença, o niilismo, ateísmo.
Só quero ar, estoicismo nenhum comporta a ausência de sol
Cínica ou não, quero o materialismo do afago familiar, café!
Fazer, literalmente, o que sempre exigimos por moralidade 
Encarar o mundo e os seres humanos, em pé, desmascarados!

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