E por quê?

Venho desejando meteoros. Alguma colisão capaz de destruir de uma vez toda a vastidão dessa tristeza. 

Varrendo para o vácuo literal todas as respostas que não tive. Encerrando todos os ciclos, para que na imensurável eternidade do universo, algum átomo de vida que pude ter seja refeito em forma de luz. A força da efêmera vida que conhecemos nos desafia o tempo todo, moldurando o retrato de nossa história em segundos. 

Por que é assim? Acho que faz tempo que não pergunto nada, perambulo cheia de respostas e certezas frias. 

Qual o sentido de perder tudo? 

Ainda devo acreditar muito, pois não caio eternamente. Fui afundando e me afogando, sonhando e acordando, mas ainda estou aqui. 

Quiçá  há mais de tão pouco, posso ser muito e nem saber. Carrego a chave e a perco a todo tempo, respiro este desespero, porém não tenho medo.

Eu tenho fé? Questiono toda a suposta sapiência adquirida, já que é átimo de poder. O relógio marca as horas iguais, mas ele, eles, a multidão de amores, não estão aqui. 

E por quê?

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