Memórias de ninguém
Por vezes tenho a impressão terna de que meus sonhos ainda vagueiam.
Lembranças que não são vencidas pelo tempo, reavivadas com uma música, talvez só pelas notas musicas específicas, ou determinadas temperaturas, ou até pela intensidade da luz que leva pra alguma tarde, muita sinestesia e eufemismos.
Ninguém me rouba isso, são sonhos tão ingênuos, desenhos coloridos, mas nada que mude meu cotidiano.
Tive rotinas diferentes, alegres, tristes, mas já ouvi dizer que rotina é o conjunto das tarefas que a pessoa gosta de fazer e reúne em seus dias tornando-as repetidas, mas acho que não é bem assim, e sim, o conjunto das obrigações do indivíduo para chegar em algum lugar, onde ele imprime seus detalhes, como um cigarro fumado pela metade ao meio-dia...
Mas voltando àquele sonho, redundantemente, vagueiam e ainda me surpreendem de uma maneira suave, me traz a anacrônica visão, me faz nostalgica e boba.
Toda experiênica, por mais dolorosa que seja, ensina, marca nossas vidas, isso até mesmo nossas mães sempre dizem.
Saudades e certeza, certeza sim, que de nenhuma porta sairá uma imagem fiel àqueles instantes, mas os revivo sempre ao fechar os olhos, sentar na varanda, numa casa vazia, no cheiro do café.
Saudades, de tudo que parece ter sido sonho, ou foi?
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