Admiração à "loucura" dos poetas


Chorosos versos meus desentoados


Chorosos versos meus desentoados ,
Sem arte, sem beleza, e sem brandura,
Urdidos pela mão da Desventura,
Pela baça tristeza envenenados;

Vede a luz, não busqueis, desesperados,
No mudo esquecimento a sepultura;
Se os ditosos vos lerem sem ternura,
Ler-vos-ão com ternura os desgraçados.

Não vos inspire, ó versos, cobardia
Da sátira mordaz o furor louco,
Da maldizentre voz a tirania.
Desculpa tendes, se valeis tão pouco;
Que não pode cantar com melodia
Um peito, de gemer cansado e rouco.


(Manuel du Bocage)


Lendo esta obra prima de Bocage, fitei-me nos últimos escritos meus, que muito refletem a respeito de produção, criatividade e frustrãção. Infelizmente nem todos são presenteados com a destreza que Bocage tinha para desenrolar versos tão eficazes, porém a inspiração anda nesse passo, uma abstração e uma dor podem ser matéria pura de poesia. E viva Bocage!

Comentários

  1. ganhei mais um selo , tá lá no meu último post tá;.

    pega lá e faz o que tem que fazer (uma lista com oito desejos e passe pra oito blogs Ok)

    valeus

    Lucas Alsil
    http://riachosvermelhos.blogspot.com/

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