A coragem de quem morre
A coragem de morrer é a própria morte
Morre-se quando a decisão enche o ser
Não há nada errado, só certeza do fim
Nada é mais urgente do que cessar a dor
Poderia estar sorrindo há minutos dali
Sem planejamento, numa porta, rua vazia
Uma carta escrita, talvez nenhuma linha
Ninguém, não se ama mais alma alguma
Já há um fim na ação, mesmo que falha
Não há volta para aquele instante de ir
Inferno não é uma alternativa temível
Queremos e vamos em busca do silêncio
Calar a mente, o sofrimento permanente
Matou-se, e acidentalmente está vivo
Mas ali morou a coragem, a pior hora
A mais lancinante e torturante angústia
Não entenderás, jamais, se nunca morreu
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