Poema dedicado ao amigo que, graças ao precioso elo entre nós, amei sem conhecer

Apesar de distantes, os poemas das nossas vidas
Em luais, ao som de bossa nova, pusera os pés
Que nas rimas levam mais areias e noites lindas
Eu, em versos, cresci sonhando com as marés

Drummond, creio, ladrilhou parte de sua estrada
Aqui no meu quintal, Barros, o Pantanal rimou
Poeta até ilustre, mas por quem não fui inspirada
Distantes paraísos, solos em que arte nos criou

O universo traz tantos milagres em dias escuros
Um amigo, um amor, por anos lendo meu mundo
Confundiu meu ceticismo, mostrou-me futuros 
Falou-me de um amigo poeta, simples e profundo

Numa esquina de Copacabana, tudo era primeiro
Pude (re) conhecê-lo, cenário cinematográfico
Não era Janeiro, sonho, no meu Rio de Fevereiro 
Fulgurante sorriso, vi ali samba o emblemático

Os tons insólitos do arrebol moldurados na janela
Páreas de Apolo, ou anjo, não a quem conheci
Vendo-nos  sonhar o sonho impossível nos nivela
Tal Quixote, foi elo criador, da ode que escrevi

Vou tomar mais um gole na busca de inspiração
À luz do sol nascente, vou eludir falsa mesura
Após lapidar, esmeradamente, a ele essa dileção 
Desejo beber, mais doses que hoje, na loucura 
Depois que na praia em que acelera seu coração  
Vermos, unidos,  o mar conceber o sol da cura
Poderemos rir desse final vindo de um condição
De uma ébria mulher insistente atrás de ternura 
Desajustadas, as ideias conjuram uma finalização
Fumando o derradeiro cigarro, nenhuma restara
Enfim, "nosso amigo poeta", exausta pela missão
Em que horas a ela me dei, de forma tão sincera

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