Eco e Narciso - boy lixo e uma mina apaixonada (Adaptado da mitologia grega)
Hoje você vai entender porque o amor não correspondido, de uma ninfetinha romântica por um narcisista safado, foi responsável pela treta que deu origem a dois mitos: Eco e Narciso.
Andava, sedenta e bela pela floresta, Eco, uma ninfa gostosona, mas sem inteligência emocional, o que chamam hoje de "emocionada". Chamou umas amigas pra dar um rolezinho - tomar um banho no rio e fofocar sobre os chifres da Hera - coisa que faziam muito no verão. As ninfetas tinham combinado, sem avisá-la, uma festinha com uns elfos novos na área, como Eco falava muito, acabava chamando muita atenção, o que irritava a galera que andava com ela. Mesmo assim, ela partiu pro rio sozinha, nem tava na vibe de pegar ninguém naqueles dias.
Não sabia ainda, mas já já iria começar um inferno na vida dela, a relação mais tóxica que viveria. Quase chegando ao destino, ela viu um cara encostado numa árvore, passando a mão no cabelinho, pensativo, aproveitando uma sombra pertinho do rio. Tava um calorão cuiabano naquela tarde, o boy deixando sua barriga tanquinho à mostra, ostentando aquele corpinho suado, que Zeus só não pegou porque não tinha visto ainda. Eco parou pra ficar olhando aquele homão, ficou molhada sem entrar no rio.
Não teve dúvida de chegar no Narcisinho, o cara mais gato que ela já tinha visto na vida.
O problema é que ele nem deu muita atenção pra ela, a conversa foi basicamente sobre como ele cuidava da pele, as horas correndo e carregando umas pedras, ele tinha inventado um circuito de crossfit outdoor pra manter o corpo em forma.
Deu uma desculpa e vazou...
Eco, já gamadinha, procurava o boy todo dia, levava abacate pra ele hidratar o cabelo, franguinho com batata doce; tudo pra agradar o lindezo. Mas pouco dele ela recebia, ele só alimentava as esperanças dela a toa. E quanto mais o boy lixo lhe desprezava, mais ela ficava doida de amor.
Um dia, Hera tava por ali pra tentar pegar Zeus no pulo, rolou um boato no olimpo que o "Arthurzinho" tava atrás de uma tal de Europa. Perguntava pra umas ninfas se sabiam de alguma coisa, quando Eco chegou falando de mais um fora que levou, que tava mal, que ia se matar ... Hera perdeu um tempo ali, que foi suficiente pra Zeus inventar uma fantasia de touro e já partir pra curtição com a mina famosa do momento (depois eu conto essa baixaria).
Com muita raiva, a deusa, mais chifruda que a presente versão do marido, amaldiçoou Eco, a infeliz, dali pra frente nunca mais conseguiria falar o que queria, formular uma reclamaçãozinha da vida, a faladeira da região apenas reproduziria a fala de quem conversasse com ela.
Perturbada, foi atrás do cara, num gesto de desespero falar do seu amor verdadeiro (já tinha a data do casamento e o nome dos filhos escolhidos) porém tudo que ele falava ela respondia igual, o que irritou o afrodito, a ponto dele começar a chamar a coitada de louca, desequilibrada, feiosa até de sem estilo. Dizia que ele era lindo demais pra pegar uma ninfa sem graça como ela, ainda outras coisas repetidas várias vezes. Finalizou com um "vaza pra sempre".
Desolada, a coitada chorou até morrer, literalmente!
Zeus soube da treta, sentindo-se culpado pela maldade da esposa, resolveu dar um fim mais romantizado para Eco, com suas lágrimas fez um rio, seu corpo um vale, onde ela respondia àqueles que ali falassem. Ela vive na solidão por lá até hoje, quem é solteiro e mora numa casa sem muitos móveis vai lembrar dela de vez em quando.
Tudo que vai volta já dizia o povo, o mundo pra ele capotou feio, o centro do universo ia virar comida de peixe loguinho. Narciso estava obcecado por si mesmo, mas nunca tinha visto seu rostinho, olhos azuis, simetria divina, ele teve a ideia até de fazer umas peças pra ter seguidores, ser influencier para elfos sem autoestima e tal....ali, quase tocando a água parada do rio, foi presente por um se fez de espelho, quando então, ele enfim pode ver o reflexo que seria a paixão maior, crush eterno; primeiro achou seria um outro deuso, outro cara li, mas seria tão mais gato? Crush poderoso da sua vida. Gamou nele mesmo, não sabia se era outro cara né... sei não. Mas o fato, melhor dizendo, mito, é que de tanto olhar pro próprio reflexo, numa desesperada fascinação, ele morreu. Uns dizem que de inanição, outros que olhou ali pra imagem na beira do rio por tanto temo que caiu e se afogou... se foi! Fez a viagem do Chico Mineiro.
Nasceu ali, uma belíssima flor, nomeada de Narciso em sua homenagem... Eco fica sentindo o perfume dos narcisos e apesar de querer dar uns gritos bem louca, só pode ecoar a voz deque vai o local.
A florzinha lindinha ainda chama muita atenção e perfuma inebriando, mas ele ainda deve estar reclamando de não ter pegado o bofe dos sonhos.
C,F. Os pontos mais importante na narrativa do mito de Narciso e Eco foram mantidos, apesar da variante linguistica empregada. #blogestediaagora
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