Queria um soneto, saiu uma crônica de adolescente velha fora dos padrões (sim é o título)



Sentada estou há horas aqui, entre um cigarro e um gole, uma culpa e alguma intenção.
Planejei, minutos atrás, escrever um soneto, porque estou usando um livro de Bocage como papel para marcar meus jogos de previsões. Mas contei as sílabas poéticas deles por costume,  logo percebi que não tenho condição de medir mais nada;
Conservo hábitos inconfessáveis.
Uma pergunta me trouxe até aqui, acredito que não teria motivos maiores para escrever num dia tão vazio como o passado. Em que a maior vitória - e ressalto, para a maior leitora da minha obra, que sou eu mesma, que fora grande vitória! Você venceu, Cristiane - foi ter levantado e encarado o caos da minha casa, limpando e cuidando minimamente dos animaizinhos que dependem de mim pra viver. Ainda existem ações minhas que mantém algo vivo!
Vamos para pergunta!!!!! 
A pergunta é: "quanto tempo do meu silêncio é necessário para que eu ouça minha própria voz?". Tem metáfora e literalidade na pergunta, já que eu nunca consigo ser tão humanamente direta, nem ao menos comigo mesma.
Minha voz fere. meus lamentos perturbam, minhas verdades são existentes em outras esferas, não nesta, em que vivo e sinto tanta dor.
A dor de dente que vem incomodando já troquei por outra, amanha ela volta e eu a abraçarei com a coragem que não tive ontem.
Tornei-me dependente! Vou parar agora, ainda que conseguisse ir além, não diria tudo. Exercitando o pensar antes de agir.
Estou aqui depois de quase 24 horas desde o último ponto final acima. Estava muito embriaga, só que me lembro exatamente de cada palavra aqui escrita e não quero mudar nada.
Uma ajuda do destino para que eu busque mais silêncio foi providenciada. Estou sem celular, sem grana para comprar outro, sem vontade de ter outro, pelo menos hoje.
Ainda bem que me restou este computador, assim, mantenho certo vínculo com o mundo real, já que não cruzo o portão da minha casa há quase uma semana, aliás, já tem mais de uma semana.
Não tenho mais que uma ou duas horas de luz "heliar" ultimamente.
Estou calma, não bebei hoje, assisti a uma série Turca incrível que fala sobre viagem no tempo e guerra...
Já tem alguns dias que não como nada saudável, até porque voltei a ser vegetariana, numa fase em que não tenho dinheiro nem ânimo para cozinhar. Sinto pouca fome e meu dente ainda dói.
Nunca quis fazer deste blog um diário para confissões das minhas maluquices, entretanto o ócio e a falta de vida dentro de mim, deixam-me poucas alternativas, já que decidi não me matar por enquanto.
Miados incomodam e alegram. Amigos, não sei de nenhum, não sei se os tenho ainda, não sei se eu sou amiga de alguém. Nunca disse que seria isenta de falhas...
Enfim, ainda não tenho a resposta para minha pergunta. Continuo em parcial silêncio. Contendo-me de alguns impulsos viciosos, aguardando a mudança de momento.
Depois eu volto e escrevo mais.
Queria um soneto, porque o título deles é o primeiro verso, facilita muito. Só que escrever soneto que é foda!

#blogestediaagora

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