Quem muda? Sapatos ou dançarino?

 Ando pensando que talvez a mudança real não esteja arraigada à vida e sim às pessoas. Como o conceito de verdade para mim é muito filosófico e plural, prefiro não me segurar em nenhum conceito para refletir sobre isso, apenas o que pude empiricamente contextualizar.

A vida muda sim, mas o discurso do outro muda mais que a própria vida. A dança é a mesma, os passos que se diversificam sem dar o aviso para quem acompanha na música. Como se o som dentro de cada cabeça reverberasse de maneira distinta e desse comandos que antes não existiam, mas que por compassos externos, ou uma vital necessidade de impulso os fizessem emergir sem tanta empatia.

Se isso é errado ou não, não cabe a mim ou a qualquer outro expectador julgar, não estamos calçando aqueles sapatos, eles podem apertar demais e exigir a brutalidade e agilidade de movimentos que antes não eram visíveis. Pode ter sido a vida, pode ter sido só a mente.

O que não se conta, são os calos que são pisados nos pés alheios, os traumas que são resgatados em dançarinos que fizeram suas coreografias todas em contratempos que lhes tiravam com vergonha dos palcos. Uns que dançaram sozinhos, ou foram abandonados pela canção ou pelas mãos que ousaram sonhar que lhes conduziam. 

Fica no outro um vazio de respostas, para que lado ir, se devemos sentar e esperar o ato seguinte, se compreender a mudança faz parte de evoluir, dar também seria abdicar?

Confusa sobre quem muda, a vida ou o ser?

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